Como construir uma cultura AI First na sua organização

Como construir uma cultura AI First na sua organização

Inteligência Artificial

Duas pessoas trocando feedback no trabalho
Duas pessoas trocando feedback no trabalho
Duas pessoas trocando feedback no trabalho
Duas pessoas trocando feedback no trabalho

15 de set. de 2025

Fernanda Vieira

Especialista de conteúdo na Mentora

A Inteligência Artificial já não é mais um conceito futurista distante e já é uma força presente em praticamente todas as empresas que querem continuar relevantes. Não se trata só de automação ou de cortar custos, trata-se de como as organizações vão se transformar para prosperar num mundo em que dados, decisões e criatividade se combinam em uma velocidade que a gente nunca experimentou antes.

Se você lidera pessoas, já percebeu: a mudança não é apenas sobre ferramentas tecnológicas, mas sobre cultura, mentalidade e confiança. Não é sobre tirar o humano do centro e sim ampliar o potencial de cada pessoa.

É natural ter dúvidas e resistência à mudança, afinal, toda revolução começa assim. Este texto é um convite para olhar a Inteligência Artificial de frente, entender o que ela pode trazer de bom e começar hoje mesmo a criar uma cultura que coloca pessoas e tecnologia lado a lado, construindo algo novo.

O que é uma cultura AI First?

Uma cultura AI First significa que a empresa adota a inteligência artificial como ponto central da estratégia, mentalidade e operação do negócio. Ou seja, a AI não é apenas uma ferramenta complementar: ela é o alicerce das decisões, da criação de produtos e da eficiência operacional.

Enquanto muitas organizações pensam “onde podemos encaixar IA?”. Empresas AI First perguntam:  “Como a IA pode nos ajudar a resolver nossos problemas mais importantes?”

Benefícios de uma Cultura AI First

Quando bem implementada, essa mentalidade gera vantagens poderosas. Um estudo realizado pela Harvard Business School em conjunto com o Boston Consulting Group (BCG) mostrou que consultores que usaram IA alcançaram melhorias significativas na sua produtividade: 


  • 12,2% mais tarefas concluídas: Consultores que utilizaram IA conseguiram lidar com mais trabalho de forma eficiente em comparação com aqueles que não usaram a tecnologia.

  • 25,1% mais rapidez na conclusão das tarefas: Ao simplificar os fluxos de trabalho, a IA reduziu significativamente o tempo necessário para realizar as atividades.

  • Mais de 40% de aumento na qualidade do resultado: A qualidade do trabalho produzido pelos consultores que usaram IA foi consideravelmente superior.

O estudo também revelou que consultores menos experientes se beneficiaram de forma ainda mais intensa. Entre eles, houve um aumento de 43% no desempenho das tarefas, demonstrando o potencial da IA para fortalecer habilidades essenciais e ajudar profissionais a alcançar precisão desde o início.

Mas os benefícios vão além dos indicadores individuais de produtividade. Empresas que integram a IA de maneira estratégica podem esperar ganhos que se estendem a toda a operação:

  • Velocidade de inovação: ciclos de lançamento mais rápidos.

  • Maior eficiência operacional: redução de custos e menos retrabalho.

  • Experiências personalizadas: produtos e serviços moldados às necessidades de cada cliente.

  • Vantagem competitiva sustentável: criação de barreiras que dificultam a cópia pelos concorrentes.

  • Gestão de talentos mais estratégica: a IA oferece dados que ajudam a identificar potenciais, prever riscos de turnover e apoiar decisões de recrutamento e retenção. Ao mesmo tempo, permite personalizar jornadas de desenvolvimento para cada colaborador, alinhando crescimento individual com os objetivos da empresa.

Como lidar com a resistência à mudança 

Quando os primeiros automóveis surgiram, houve uma onda de resistência. Muitos questionavam a utilidade daqueles veículos barulhentos e desconfiavam de sua segurança. Os jornais diziam que jamais substituiríamos o cavalo e que os acidentes frequentes eram prova de que tudo não passava de um equívoco passageiro. 

Toda inovação encontra resistência e a inteligência artificial está exatamente neste ponto da curva. De um lado, uma revolução que promete ganhos de produtividade que não víamos desde a Revolução Industrial. De outro, temos a resistência natural à mudança, afinal, toda transformação significativa desafia crenças estabelecidas, hábitos antigos e nos tira da zona de conforto. E assim como aconteceu com o carro, a IA também vai atravessar essa fase de questionamentos e consolidar o seu espaço no mercado de trabalho e no dia a dia das pessoas.

Mas essas mudanças não acontecem sozinhas. Adotar tecnologias que transformam a forma como trabalhamos é um processo de mudança cultural. E cultura não muda com um projeto pontual. Para que a adoção aconteça de forma saudável, é preciso criar condições para o aprendizado e o engajamento. Isso inclui:

  • Conversas frequentes que esclareçam benefícios e limites da tecnologia.

  • Exemplos práticos da liderança, mostrando que a mudança começa pelo topo.

  • Espaços seguros para testar, onde erros sejam vistos como parte natural do processo.

A IA não vem para substituir pessoas, mas para ampliar capacidades. Quando cada um se sente parte da transformação, a resistência se transforma em participação.

E o que acontece se o RH não assumir essa liderança? Muito provavelmente, a adoção da IA será fragmentada, com áreas avançando em ritmos diferentes, sem clareza sobre impactos na cultura ou no desenvolvimento das pessoas. O RH que tem a chave para transformar tecnologia em cultura, processos em experiências humanas e inovação em desenvolvimento real. Liderar essa mudança não é mais uma escolha, é uma responsabilidade estratégica para garantir que a revolução da IA seja, antes de tudo, uma revolução das pessoas.

Como preparar pessoas, processos e cultura para uma adoção duradoura

Muitas empresas querem embarcar rapidamente no movimento da inteligência artificial. Mas adquirir uma licença da OpenAI, por exemplo, não transforma automaticamente uma organização em AI First. Antes de colher resultados, é essencial investir tempo e energia para criar um ambiente em que a IA não seja apenas conhecida, mas desejada. Onde as pessoas compreendam com clareza por que usar, como usar e o que esperar desse uso.

A maneira como você apresenta a tecnologia define se ela será vista como uma imposição ou uma oportunidade. Quando pensamos em liderar uma mudança tão profunda, é comum acreditar que o maior desafio é técnico. Mas, na prática, o ponto mais crítico é humano.

O time precisa enxergar propósito, clareza e direção. Precisa perceber que a IA não é um modismo, mas parte de uma nova forma de trabalhar. E essa transformação não se limita a adotar ferramentas diferentes. Ela mexe com hábitos, desafia métodos conhecidos e exige disposição para experimentar caminhos que ainda não estão totalmente desenhados.

A adoção acontece em estágios. No começo, é importante estimular a curiosidade: fazer com que as pessoas queiram explorar e entender como as ferramentas podem ajudar. Esse primeiro contato cria familiaridade e reduz resistências. Com o tempo, a IA passa a integrar o uso cotidiano, principalmente em tarefas funcionais — buscar informações, criar conteúdos, automatizar processos. Aos poucos, deixa de ser uma novidade e se torna uma aliada que libera tempo e facilita decisões. Em etapas mais avançadas, muitas entregas já são realizadas de ponta a ponta pela tecnologia, como relatórios automáticos ou análises preditivas.

Para acelerar essa evolução, algumas empresas apostam em identificar e apoiar heavy users, que funcionam como exemplos internos e ajudam a consolidar a cultura. Parcerias com consultorias também têm papel importante ao oferecer imersões, capacitação prática e suporte nos primeiros testes. Ao longo do caminho, é essencial monitorar métricas — horas de uso, frequência de acessos, áreas mais engajadas — para identificar avanços e obstáculos. Esse acompanhamento não só reforça o compromisso, mas também permite ajustar prioridades com base em evidências concretas.

Quanto mais específico e intencional for o objetivo do projeto, maior a chance de sucesso. Antes de começar, vale responder algumas perguntas essenciais:

  • Qual capacidade se quer potencializar ou liberar com a IA?

  • Que impacto a organização deseja alcançar?

  • Quais indicadores serão usados para medir o progresso?

  • O que as pessoas vão fazer com o tempo que a tecnologia vai devolver?

Para apoiar essa jornada, vale adotar alguns princípios que tornam a transformação mais concreta e sustentável:

  1. Começar pequeno e provar valor rapidamente
    Escolha casos de uso com impacto claro e mensurável. Projetos-piloto demonstram resultados na prática e criam confiança para avançar.

  2. Usar IA e liderar pelo exemplo
    Mostrar que a liderança também aprende, testa e erra, diminui barreiras e legitima a mudança.

  3. Revisar processos e políticas internas
    Garantir que governança, segurança e gestão de dados estejam preparados para o uso em escala.

  4. Redesenhar o trabalho com apoio das lideranças
    As prioridades mudam. Criar squads multidisciplinares ajuda a entender como a IA pode eliminar tarefas repetitivas e abrir espaço para atividades de maior valor.

  5. Investir em capacitação prática
    Treinamentos, workshops e conteúdos acessíveis fortalecem a autonomia e reduzem inseguranças.

  6. Avaliar continuamente o impacto
    Estabeleça métricas de sucesso para acompanhar ganhos de produtividade, qualidade e engajamento. Esse monitoramento ajuda a corrigir rotas, reforçar práticas eficazes e demonstrar resultados para toda a organização.

  7. Agir agora e colocar a IA nas mãos das pessoas
    A transformação não acontece no “momento certo” — ela nasce de pequenos testes e ciclos de aprendizado contínuo.

Deixe claro que a IA não vem para substituir ninguém. Ela chegou para ampliar possibilidades e tornar o trabalho mais significativo. Essa é a essência da IA aumentativa: uma tecnologia que não rouba protagonismo, mas potencializa cada pessoa a entregar seu melhor.

O poder da IA aumentativa

Mas o que é IA aumentativa? O termo “IA aumentativa” (Augmentative AI, em inglês) não surgiu de uma única fonte ou autor, mas é parte de uma corrente conceitual que se desenvolveu em oposição ao conceito de automação pura. A IA aumentativa é uma forma de usar a inteligência artificial não para substituir a inteligência humana, mas para aumentar (augment) o alcance, a qualidade e a velocidade do que as pessoas fazem de melhor.

A IA pode assumir exatamente aquilo que drena nossa energia. Em vez de perder horas em tarefas repetitivas, cada pessoa pode focar no que faz diferença, como resolver problemas complexos, criar estratégias, conectar ideias e construir relações de confiança. Ou seja, podemos delegar à IA o que ninguém quer fazer. 

A IA mais potente não é a que substitui o humano. É a que amplia a inteligência coletiva. É a que torna o trabalho mais autoral, emocional e criativo. Usar a IA dessa forma traz mais propósito ao trabalho. Quando você tira da frente o que é apenas burocracia, sobra espaço para pensar em impacto real.

Quando olhamos por essa lente, a pergunta deixa de ser: “Como a IA vai me substituir?” E passa a ser:  “Como a IA pode me ajudar a ser a versão mais potente de mim mesmo?”

É isso que acontece quando a tecnologia entra como parceira, e não como competidora.

Como a Mentora ajuda as empresas a dar o próximo passo

Criar uma cultura AI First não é só sobre adotar tecnologia, é sobre transformar mentalidades, e esse movimento começa pela liderança. 

Quando os líderes entendem o impacto da IA e experimentam no seu dia a dia, eles não apenas legitimam a transformação, mas também inspiram suas equipes a seguir o mesmo caminho. O exemplo da liderança acelera a curva de aprendizado, reduz resistências e cria confiança.

É exatamente aqui que a Mentora atua: ajudando cada líder a se sentir confiante, preparado e apoiado para ser o exemplo que inspira a mudança. Com conversas práticas, personalizadas e conectadas à realidade de cada empresa, a MentoraAI coloca a inteligência artificial no fluxo natural do trabalho. Isso significa que os líderes não precisam parar sua rotina para “aprender IA” — eles aprendem fazendo, com apoio contínuo, clareza sobre o que importa e espaço seguro para testar e errar. Dessa forma, a IA deixa de ser apenas uma novidade e passa a ser parte viva da cultura da empresa, um hábito coletivo que impulsiona resultados, inovação e crescimento humano.

Quando você olha para tudo o que está acontecendo no mundo, automações, inteligência artificial generativa, mudanças no mercado de trabalho, é fácil sentir que não há como controlar. Mas toda mudança começa assim e na Mentora, acreditamos que a liderança do futuro se constrói hoje. Estamos ao lado de cada liderança, todos os dias, transformando desafios em conquistas. E colocando a Inteligência Artificial no centro de uma cultura mais próspera, precisa e humana.

Se você está pronto para dar o próximo passo, venha conversar com a gente e descobrir mais sobre como a Mentora pode transformar a cultura e o dia a dia da sua empresa.

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